Ana Lúcia Merege - Monogatari




Uma espada corta o ar num longo assovio. A outra separa do corpo a cabeça do oponente. Gotas de sangue escrevem no tatame o ideograma FIM.




Marcelo L. Bighetti - Transcendência


A “tanto” penetra à esquerda da barriga.
Dor. Saquê e sangue.
Puxa a lâmina à direita.
Dor intensa. A veste branca torna-se rubra.
Agora para cima.
Dor excruciante. Tomba ao solo.


Escuridão
A honra do samurai retorna.
Luz.
A galáxia é linda.





Marcelo L. Bighetti  - Do Passado




Do passado, os cientistas trouxeram o Samurai. Seu instinto era selvagem e sua “katana” afiada.






Daniel Folador Rossi - Remorso


Ele corre, porque quer fugir de sua mente e escapar aos seus sentimentos. O seppuku não funcionou: atrás dele ainda correm a Dor e a Culpa, lambendo os beiços.






Aguinaldo I. Peres - Nove-Caudas - Prólogo


O samurai encontrou a raposa na montanha. Ela ofereceu vinho:


- Se me levar, ensino como matar o dragão?


Ele aceitou e seguiu as instruções: embebedou o dragão e cortou as oito cabeças. Satisfeito, nem notou a raposa roubando as oito caudas.




Bruno Cava - Samurai


Até que respeitassem o interdito, o capitão japonês decidiu cortar a cabeça de um chinês em cada dia de culto. Mas os monges incorporaram a decapitação no ritual. Quando a ocupação chegou ao fim, sentiram falta do martírio e o templo fechou.




Bruno Resende ramos - Hrrrai!




Em Kyoto,
Miro torres.


Somos dois silêncios:
Eu e o castelo Himeji.
Sua realeza


Desafia-me a golpes oníricos numa tela.
Defendo-me com ímpetos de Samurai...


Na tela os traços, passos que vencem, no mundo,
A falta de imaginação.

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