Ex Machina - Ana Carolina Silveira

Então Deus saiu da máquina. O pobre escritor tentou, em vão, fazê-lo ir embora, mas o Todo-Poderoso estava irredutível.

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Detalhes - Ana Cristina Rodrigues

MICROCONTO VENCEDOR DA PRIMEIRA RODADA!!!!

Sabendo que Deus está nas pequenas coisas, não baixou o laser enquanto não reduziu seu marido a simples moléculas vaporizadas.

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Big-bang - Ubiratan Peleteiro

- Eu nada tenho.

- E o que quer?

- Não sei, mas preciso ter alguma coisa.

- Então tome isso.

- O que é?

- Um eixo. Você pode acompanhá-lo até dois infinitos.

- Legal. Mas já enjoei! Tem outro aí?

- Sim. Tome.

- Obrigado. Mas eu queria algo diferente...

- Então você mesmo vai ter que fazer. Acho que vai precisar de mais um eixo. Tome. Agora adeus.

- Vejamos... Cruzando dois, terei infinitos infinitos, mas só duas dimensões. Chamarei isso de plano. Se cruzar mais um, tenho a mesma coisa, mas para qualquer direção. Espaço é como vou chamá-lo. E acabou. Mas e se eu fizer os três se intersectarem aos pares? É uma forma completa, indivisível, primitiva. Perfeita!

E olhou através do triângulo, contemplando o universo que criara.

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Foi mal - Leo Carrion

-Eva, posso te falar uma coisa?

- Você não quer a maçã, Clô?

- Não é bem isso, eu até gosto de maçã... Mulher é que me da nojo, sabe bem?

CABUUUUMMM

E DEUS disse: Foi mal Eva, vou tentar novamente.

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Circunstâncias Mudadas - Miguel Carqueija

O robô dirigiu-se ao homem:

No princípio Deus criou o Homem à sua imagem e semelhança, e o Homem se rebelou. O Criador, porém, era mais poderoso, e o Homem foi expulso do Paraíso. Mais tarde o Homem criou o Robô, da mesma forma, à sua imagem e semelhança, e o Robô se rebelou. Desta vez, porém, as circunstâncias são outras: a criatura é mais poderosa que o criador.

E o robô avançou para matar o homem.

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Deus - Leo e só

Todo o Universo em todas as eras em todos os tempos de toda existência se espantou ao sonhar com um tijolinho clássico de classificado de jornal que dizia:

Oferece-se uma vaga para Deus. Rendimentos: Onipresença, Onisciência, Onipotência.

Insalubridade: Esquizofrenia Eterna. Contato:...

E o despertador Universal tocou.

Até hoje, ninguém sabe se a vaga foi preenchida.

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A prova final - Felipe Schmidt

Zimmmmmmm.

-Maditos pernilongos. Resmungou Frank, que acabara de provar matematicamente a existência de Deus. A primeira parte já tinha sido tentada inúmeras vezes e consistia em demonstrar que a existência de Deus não era um absurdo. A segunda parte, que Deus não só poderia existir como existe de fato, exigiu toda uma vida de um pesquisador dedicado e profundamente religioso.

Caracas! Quase que ao tempo que Frank percebeu que o zumbido não era causado por insetos, uma bala certeira deu fim à existência do filósofo e matemático aos gritos de "Heresia! heresia".

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Um novo deus entre os deuses - Charles Dias

Darnel sorria ao pensar na sorte que vinha tendo nas últimas semanas.

Tinha sido o único tripulante da nave que o trouxera até aquele planeta, destruída em uma entrada forçada após um acidente.

Havia sido resgatado por uma tribo de nativos daquele mundo alienígena, seres humanóides muito cordiais, que viram nele um deus vindo dos céus e o tratavam como tal.

Foi levado até uma antiga base avançada humana, onde encontrou um transmissor funcional que permitiu que enviasse um pedido de socorro. Logo seria resgatado.

Alguns dias antes o chefe da tribo lhe contou que um grande tesouro havia sido guardado por seus antepassados para agraciar aos deuses, o qual era, então, seu por direito e vontade da tribo (e também pelas leis da Federação Galática, pensou Darnel).

A jornada até a Caverna Sagrada dos Deus foi dura e cansativa, menos para Darnel, que foi levado confortavelmente em uma plataforma sobre os ombros dos guerreiros mais fortes da tribo.

O tesouro era realmente fabuloso.

Mas foi quando viu nos nichos cavados na rocha viva das paredes da caverna os corpos mumificados de dezenas de astronautas humanos que Darnel soube que, afinal, não era sorte nenhuma ser considerado um deus naquele planeta.

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Sem título - João Dória

- Por quê?
- Porque Eu posso..

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1 comentários:

Anônimo disse...

Bueno, acho que os melhores foram da Ana "killerstina" Rodrigues, da Ana Carolina e do João Doria. Nós, outros, abusamos do tamanho. Meu preferido foi da Ana "Killerstina", mas se a Ana Carolina tivesse tirado o "em vão", empatava. Engraçado como faz diferença.

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